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No processo de construção do IX Sapis e IV Elapis a perspectiva cultural, da sustentabilidade e da inclusão estiveram sempre presentes e influenciaram escolhas e iniciativas de colocar em prática algumas vontades. Nem todas foram possíveis, mas demos alguns passos e “toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar”, música que também dá nome a um CD lançado por Siba, artista recifense com projeção internacional, em 2007 junto com o grupo a Fuloresta.

Nessa direção, os crachás dos participantes foram produzidos com palha da bananeira e chita, por um grupo de mulheres da Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade de Chã de Jardim (Adesco), área rural, localizada no entorno do Parque Estadual Mata de Pau Ferro, município de Areia, Paraíba. A chita também compõe a sacola do evento, junto com um tecido de algodão cru, e estará presente em elementos de decoração de alguns espaços como uma referência à cultura regional, pois é um tecido que integra a composição de trajes de expressões culturais do sertão ao litoral de Pernambuco.

Na sacola escolhemos colocar uma frase de Paulo Freire, em homenagem ao pernambucano Patrono da Educação Brasileira e como contribuição à Campanha Latino Americana e Caribenha em Defesa do Legado de Paulo Freire (https://cpers.com.br/lancamento-da-campanha-latino-americana-e-caribenha-em-defesa-do-legado-de-paulo-freire/)

Realizamos também um Concurso de Fotografias que teve como mote Áreas Protegidas em Cenários de Mudança, o concurso foi aberto ao público em geral e as fotografias mostram o olhar sensível para a proteção e convivência com essas áreas. A escolha da fotografia se deu através das redes sociais e as três mais votadas serão expostas durante o evento. Na cerimônia de encerramento teremos a divulgação do resultado e menções honrosas para as três fotos. O primeiro lugar será capa do e-book do evento.

A diversidade e vibração de ritmos musicais é também uma característica marcante do nosso estado: o baião, forró e xaxado tão marcantes em nossos espaços do Agreste e Sertão, ocupados pelas Caatingas, até o maracatu rural e o coco de roda tão representativos da Zona da Mata, contexto da Mata atlântica, e a ciranda nosso ritmo mais litorâneo, das praias, estuários, mangues. Mas tudo isso é muito dinâmico, como é a própria cultura, e se expressa em novas construções e movimentos como o mangue beat ou em produções criativas e comprometidas de grupos como os que estarão se apresentando na parte cultural do evento.

O Bongar tem uma musicalidade muito forte de diversas influências musicais, vivenciadas nos cultos afro-brasileiros, principalmente da linhagem Xambá. Palavras chaves do trabalho do Bongar são arte, espiritualidade e ritmo forte. O Em Canto e Poesia é de São José do Egito, Sertão de Pernambuco, terra conhecida como berço da cantoria de viola, dos poetas repentistas. O grupo traz  em  seu som uma junção das matrizes tradicionais do repente de sua terra natal com uma composição autoral, nova no fazer e no executar.

Essas apresentações vão ocorrer numa área de convivência, na qual também teremos uma feira de artesanato que já acontece de forma rotativa em alguns espaços da UFPE. Também foi possível organizar uma feira colaborativa que agrega produções artesanais de grupos que estão envolvidos na programação do evento (Xukurus, Nação Xambá, Artesãs de Buíque, todos de Pernambuco, mas também de grupo da Reserva Extrativista Caeté Taperaçú e da Resex Marinha de Soure, ambas do Pará, dentre outras participações) e de comunidades urbanas da Região Metropolitana do Recife, de grupo de mulheres trabalhadores rurais e agricultoras familiares da Zona da Mata e Agreste.

Bem, nossos passos também seguiram na busca de maior sustentabilidade ambiental para o evento: minimizar descartáveis, verificar destinação adequada para banners e faixas, assim como iremos provocar compensação ambiental para emissão de CO2. Nesse último item chegamos ao cálculo para fazermos um Evento Carbono Zero, com o apoio da Secretaria de Meio ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE) e estamos em negociação para conseguir patrocínio para o plantio das mudas.

É isso, e seguimos nessa teimosia de Esperançar por um mundo melhor, acreditando que proteção ambiental e inclusão social são aspectos indissociáveis da sustentabilidade e da manutenção da vida.

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